[FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
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[FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
O mapa de rota aberto em cima da mesa não deixava dúvidas: a jornada de Jeremy Aston até Nome ainda ia durar alguns dias. Das 4 mil milhas que deve completar, havia feito apenas 100 milhas. Poderia ter pousado um pouco mais a frente, mas seria pouca coisa. Assim, preferiu ficar mesmo em Hoquiam. Apesar da irritação ter desaparecido – o que já era de se esperar - diante das belas paisagens que surgiram à sua frente assim que o Fire Patrol levantou vôo de Hillsboro, coçou a cabeça e esfregou o rosto com as duas mãos. Parecia um pouco cansado. Logo que fechou os olhos com as mãos espalmadas no rosto, veio a imagem da cidade de Adak Station, no Oeste Aleutians, com suas vegetações tundra, formada por ervas, musgos, bagas, baixas plantas com flores, em altitudes mais baixas. Antiga base do Exército, Adak tem pouco mais de 300 habitantes, que habitam em casas coloridas, fortes, e que dá a aparência de uma “cidade de boneca”. Pensou: “Até chegar lá, tem muito chão pela frente. Meu Deus!!!”. O desânimo parecia querer tomar conta do comandante. A distância de casa era considerável. Ele logo, porém, sentiu uma pessoa se aproximando e sentiu o cheiro de café quente e recém passado penetrar em suas narinas. A xícara era trazida nas mãos pela simpática Mariah, uma garçonete que em tempos passados havia sido líder de torcida do time de basquete da Northwestern University. Ela logo ponderou:
-- Seu café, comandante! Parece cansado – disse, como boa observadora, depositando a xícara sob a mesa e, ao lado, uma comanda. Curvou o corpo e assinalou o “x”. E concluiu:
-- Um café. Só isso mesmo? – questinou.
Jeremy sorriu com o canto da boca, assentiu com a afirmação da moça e agradeceu-a. Noutros tempos, emendaria uma conversa. Hoje, não! Mariah percebeu a pouca vontade do malgaxe. Logo, girou nos calcanhares e retornou para frente do balcão. O comandante afastou um pouco o mapa de rota e começou a mexer o açúcar depositado no fundo da xíncara de café, usando uma colherinha. Enquanto sorvia o bom produto, Jeremy mantinha seu olhar fixo pela vidraça. O tempo continua com cara de poucos amigos. Percebia, absorto, o movimento de final de tarde do aeródromo de Bowerman. O seu cansaço de uma noite mal dormida pelas baladas em Hillsboro e adjacências, aliado com a irritação com o vazamento de fluído visto pouco antes de partir – o que lhe consumiu quase um dia todo em Stark’s, era alimentado pelo ritmo preguiçoso que se observava la fora. Jeremy havia decidido que iria aproveitar a noite para descansar... e muito. Esticou os braços e enrijeceu os músculos. Sentia-se absolutamente cansado.
Jeremy girou um pouco a cabeça e viu Manfred limpando as mãos com uma flanela amarela, que logo colocou no bolso do vistoso macacão cinza: ele acabara de abastecer o N4210. Com os ouvidos aguçados, notou ao longe a chegada de um Skylane 182Q Long Range. Quanto a aeronave ficou visível, Jery sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Era uma das aeronaves da Guarda Costeira dos Estados Unidos, da Seção de Busca e Salvamento, o Search and Rescue, o SAR. Fixou os olhos nele e acompanhou o pouco a partir da final curta. Um pequeno avanço e rápido recuo na aceleração o levou de volta para a Northwest Aviation Center, na 48th, em Arlington, onde, ao fazer instruções de vôo, conhecera Melissa K. Wheeler, filha de Janis, diretora de Operações da NAC, que, antes de ingressar no mundo da aviação, era assistente da Seafirst Bank, em Seattle. A bela Melissa Wheller também estava, bem jovem, entrando no mundo da aviação. Os dois fizeram várias aulas práticas, quando notou sua predileção por pousos suaves e corridos, com a manobra de aceleração. Lembrara que um dos instrutores, Ryan Younkin, era terminante contra a “metralhada” final, mas Melissa dava de ombros: longe dele, fazia como queria. Os dois chegaram a ter um rápido envolvimento, mas separados pelas oportunidades de trabalho. Tempos depois, ficou sabendo que a bela comandante havia ingressado na Guarda Costeira. Como ele, vivia em vôos de observação.
Com a xícara nos lábios, Jeremy esticou o pescoço e calibrou a vista para ver se identificava se era Melissa naquele Cessna. O pouso foi característico, mas, a aeronave não apareceu no pátio: havia estacionado a distância. Jeremy fez movimentos lentos para deixar o Lana’s Caffe. Ele queria ter a certeza de que não deixaria para trás a possibilidade de uma noite mais aguçada, apesar do cansaço. Se levantou e sacou uma nota de 2 dólares, aquela com a esfinge de Thomas Jefferson e a famosa Declaração de Independência dos Estados Unidos sob a mesa, e a deixou colada a xícara. Sempre olhando o pátio, caminhou em direção a porta e foi em direção a Manfred para pagar a conta do abastecimento. No pátio, teve uma decepção ao observar que um homem alto e magro caminhava para a saída vestindo o macacão da SAR. Não era Melissa naquele avião. Lamentou, mas se sentiu aliviado. Logo, retirou de novo a carteira do bolso e entregou a Manfred o cartão de abastecimento. Fez mais um movimento com o corpo para ver se a comandante pudesse aparecer. Não foi dessa vez que eles se reencontraram. Jeremy, em algumas ocasiões, chegou a conversar com a guarda costeira pela frequência de rádio, quando mais se aproximava da parte Noroeste dos Estados Unidos. Porém, decidira viver mais recluso no Alasca com seu Fire Patrol.
Jeremy assinou o boleto de conta, deu um pequeno tapa no ombro de Manfred, agradeceu-o educamente e fez um sinal para um taxista que estava próximo. Retirou a mochila do banco traseiro do T210. Ele ajeitou as duas garrafas de vinho e se pôs a trancar o avião. Colocou a trava de segurança na hélice e entregou os calços para Manfred, que afixou-os nas rodas. Se dirigiu em direção ao portão lateral de saída e antes de fechá-lo atrás de si de uma ultima conferida em torno em busca de Melissa. Em vão! Acenou para Manfred e foi para o táxi. Ao entrar, anunciou:
-- 509 da Perry Avenue – ele pediu. Imediatamente, o Ford Crown Victoria amarelo, conduzido por um mulato costarriquenho se pôs em movimento.
Levou pouco mais de 10 minutos entre o trajeto de Bowerman até as modestas instalações Stoken Motel. Pelo caminho, mesmo cansado e abatido, não deixara de notar a beleza do John Gable Community Park, integrante do complexo da Hoquiam High School, no State Route 109. Pagou a corrida com uma nota de 10 dólares e desceu do carro rapidamente. No hotel, perguntou pelo casal Howard e Cindy Kim, donos da hospedaria, que, costumeiramente, ficavam entre a porta e o balcão. Não se lembrava de tamanha simpatia de pessoas como desse casal. Certa ocasião ficou vários dias no Stoken e se sentia em casa com a gentileza dos dois. O lugar tem abundância de paz e tranquilidade. E para completar, as taxas de hospedagem eram imbatíveis. Howard e Cidy, porém, estavam em Cophalas Beach. Eles haviam adquirido o Sunrise Resorts e estavam fazendo a reforma com as próprias mãos. Jeremy foi atendido por Chales O’Neal, que, na ânsia de ser prestativo como os donos, ofereceu uma vasta programação ao comandante, do cardápio alimentar a serviços de táxi. A todos, Jeremy agradeceu e repetia que queria apenas tomar um banho e descansar. Talvez pediria alguma iguaria no próprio quarto mais tarde, antes de dormir.
-- Vai ficar até logo cedo? – perguntou ao atendente, que respondeu:
-- Sim, senhor! Em que poderia ajuda-lo – disse, mecanicamente, logo acrescentando: -- É só dizer.
Jeremy então pediu a O’Neal que o despertasse nas primeiras horas, antes do sol raiar. Afinal, quando o dia ganhasse a região, já queria estar bastante longe. O atendente abriu um pequeno bloco ao lado do telefone e anotou. Em seguida, entregou a chave do quarto, anunciando:
-- Pelo corredor, ali.
-- Certo! Ao me chamar pela manhã, por favor, também me chame um táxi.
***
Os 16 dólares que Jeremy depositou sob o balcão foi um gesto despretensioso; afinal, pagaria até mais pelo bom descanso que tivera. Pagou com prazer incomensurável. Foi uma noite de sonhos, ou melhor, sem sonhos e sem pesadelos. Dormira agarrado ao travesseiro. Apesar do frio, preferiu o conforto, sem camisa. Jeremy acordou disposto, alegre, como há dias não acontecia. Só praguejou mesmo no momento em que procurou o barbeador e o aparelho estava descarregado. Sentia, no entanto, que o corpo correspondia ao que pretendia fazer: voar pelas próximas dez horas.
Ainda era escuro quando adentrou ao táxi de Cirineu Moscatelli. O bigodudo ítalo-americano usava uma boina e parecia ser uma figura muito típica da cidade de Hoquiam. Cumprimentou-o e em seguida partiram para o Bowerman Airport. A tranquilidade de Jeremy foi notada pelo taxista, que puxou o assunto da viagem. Era acostumado a levar pilotos para o aeroporto na madrugada. Com paciência, o comandante do Fire Patrol 02 foi explicando seu plano de vôo. Porém, ao mencionar Casco Cove, notou que Cirineu arregalara os olhos, “fuzilou-o” pelo retrovisor como quem não estivesse acreditando, e mandou um longe assovio, exclamando em seguida:
-- Mas isso é muito longe, amigo!
E é. Casco Cove era uma estação de navegação operada pela Guarda Costeira dos Estados Unidos. Mas um pouco bate com a cabeça na Russia. Hoje, o lugar e controlado pela Patrulha do Fogo. A população se abastece de todos os serviços graças à presença das aeronaves da Patrol, que levam alimentos e outros produtos. Por lá também passam navios petroleiros, que descarregam gasolina especial e óleo diesel para abastecer tanques de combustíveis das aeronaves e os geradores de energia, que atendem os pouco mais de 600 habitantes. A Fire Patrol também cuida da saúde auxiliar e casos de emergência médica. Casco Cove, por assim dizer, é um dos aeroportos mais isolados e remotos nos Estados Unidos; e também um dos mais arriscados. Entusiasmado, Jeremy conta que as operações aéreas são bastante tensas, pois o clima é caracterizado por céu nublado persistentemente, ventos fortes e frequentes tempestades ciclônicas. Ventos no inverno chegam a produzir rajadas superior a 100 nós. Durante o verão, não é diferente: no local se forma nevoeiro para o Mar de Bering e do Pacífico Norte. A ilha é protegida como parte do território National Trust Park e poucas pessoas visitam a ilha, já que ao acesso é restrito.
-- Para ir até lá – explica o comandante – é preciso de autorização do Governo do Alasca. É um belo santuário. Me parece que há um lugar assim apenas no Brasil, chamado Fernando de Noronha.
Cirineu balança a cabeça, com jeito ainda perplexo. Jeremy continua:
-- A diferença é que no Brasil, é quente! – diz, sorrindo, percebendo sumir um pouco o espanto do taxista. Cirineu logo emenda:
-- Yes, Brasil, samba – disse, ante o sorriso do malgaxe.
Jeremy acerta a corrida, se despede do simpático taxista. Os primeiros indícios do amanhecer já apareciam entre as montanhas pela calha espaçosa do Columbia River. Com passos rápidos para não perder muito tempo, se dirigiu ao salão dos pilotos, uma modesta instalação, onde encaminharia seu plano de vôo. À porta, tomando um café esfumaçante, Manfred Owen lhe cumprimentou e o informou que já havia checado toda a aeronave: era destravar, dar partida e seguir. Jeremy agradeceu, puxou uma nota 50 dólares e a entregou. Manfred dobrou o dinheiro e o colocou no bolso, levantando um pouco a aba do boné que levava a marca da Shell Aviation.
O vento de 12 nós entrando pelo Sul era frio. Havia poucas nuvens. Jeremy desejou que o tempo ficasse assim até lá. Deu partida no T210, que não demorou nada para funcionar. “Muito bom” – disse, entre os lábios. Ligou o rádio e sintonizou em 122.70 e puxou o microfone. Comunicou acionamento e início de táxi para decolagem pela cabeceira 24, onde tem instalado os equipamentos de ILS e VOR/DME. Na frequência, não havia àquela hora, às 5h58 uma alma viva, em que pese já haver movimento pelo aeródromo. Seguiu rápido para cabeceira indicada. De lá partiu, definindo vôo em VRF seguindo a State Route 109 até bloquear o VOR de Tatoosh, em Cheeka Peak, bem perto da linha imaginária que separa Estados Unidos e Canadá. Um vôo bem longo. Afinal, queria comer alguma coisa em Bella Bella Campbel I, em Britsh Columbia, no Canadá.
Aquele sol dando início a manhã era espetacular. Jeremy curtiu a paisagem e se deixou levar até Cheeka Peak, quando uma rajada de ventos o tirou da absorção mecânica. Havia passado quase uma hora em que estava voando entre a última costa do Pacífico. De onde estava já via com nitidez a Calmanah Walbran Provincial Park, que começaria a ficar à sua direta. Começava a atravessar o “strait” (estreito) Juan de Fuca, cujo centro está a divisa entre os dois países, Canadá e Estados Unidos.
A região Sudeste canadense é composta em sua grande extensão por parques. É um atrás do outro, o que confere ao país a condição de ser um dos mais preservados do universo. Verdade que a relevo inóspito da região dificulta em muita a vida humana. Jeremy é um dos poucos que costa desse tipo devida: calma, tranquila, sem grandes ameaças, a não ser pela ferocidade do tempo em algumas épocas do ano. Não convive com a famosa “guerra urbana” e leva a vida a baixa velocidade. O malgaxe observa à direta a Pachena Beach, que integra a Vancouver Islands, recoberta de neve. Esse é um dos atrativos turísticos nos períodos mais quentes, recomendado pela WCT Routes, empresa na qual trabalhou por apenas sete semanas. Um pouco mais a frente a Pacific Rim National Park Reserve e o ancoradouro Bamfield SPB, de grande movimentação. “O Canadá é simplesmente lindo nessa parte” – ele murmura.
Não demora muito, Jeremy observa Tofino, em British Columbia, a frente. Sinal de que é hora de cortar ao meio a Ilha de Vancouver, seguindo o VOR de Port Hardy. De cima observa a exuberância do Ninpkish Lake, protegido pela Montanha Karmutzen e pelo parque provincial, que se estende até o Benson Lake e o Twin Peaks. A fome dá os primeiros sinais. Jeremy olha para trás do T210 e remexe o compartimento de produtos. Encontra um saco aberto de Elma Chips. Faz uma careta: “Isso deve estar há meses ai” – pensa. Apesar de cuidar do 02 da Fire como se fosse um filho, Jeremy não era dado a abastecer o compartimento de lanches. Aquele pacotinho, se lembrara, era do filho de Andy Buss, que voara numa ocasião em missão de visitação ao parque de Acheredin Bay. Contudo, queria mesmo era almoçar em Bella Bella conforme estava previsto. Setou o NDB de Campbell em 325 e esperou a hora da chegada. Fritas, desejou, mesmo sob o cheiro azedo da Elma Chips que explodira dentro da cabine do Fire Patrol.
Horas depois, Jeremy remexia o ultimo cubo de batata fritas que sobrara no prato quando sentiu seu olhar ser puxado para a porta de entrada do Sinclair House Breakfast, onde costumara fazer suas refeições quando estava na região. Era um lugar tranquilo, de boa comida. Ao subir os olhos, deparou com a linda Sarah Fraher rompendo porta adentro. Vestida com uma bata azul turquesa e vistosos botões, combinando com uma calça jeans justa e botas quase na altura do joelho, Sarah exalava beleza, charme e simpatia com o seu belo sorriso no boca. Mas nem precisava ser tanto assim: Jeremy era fascinado pelas aventuras da família Tweto, na qual Sarah e seu namorado John se juntaram a partir de 2003 para percorrer o Alasca. A fama da garota rompia fronteiras, pela habilidade quanto graça e beleza. Sarah voou a partir do ponto mais setentrional do Alasca, a cidade de Barrow até aos confins do sudeste do país.
Com um sorriso, cumprimentou o comandante malgaxe e seguiu adiante, se recostando duas mesas à frente. A garçonete Lisa Sparks chegou com uma jarra de café esfumacente, servindo-a uma caneca cheia. Jeremy sentiu vontade de se aproximar de Sarah para perguntar sobre como é estar sempre voando a 500 pés de altura que Sarah espalhava ser a parte que mais gostava. Porém, limitou-se ao desejo. Não se sentia a vontade em abordá-la. Temia que ato fosse entendido como um assédio. Ficou ali por mais algum tempo e logo teve uma idéia: sacou o telefone celular do bolso e passou a mexer freneticamente. Levantou-se e se dirigiu até a loira para lhe pedir uma foto.
-- Posso? – interrompeu-a mostrando a câmera.
-- Sim, claro! – ela respondeu. Sarah sabia de sua fama, já que por anos vem sendo acompanhada de perto pela Discovery Channel, que mostra suas aventuras pelo Alaska. Era um rosto belo e conhecido.
Jeremy aproximou sua cabeça à dela e sentiu alguns fios do cabelo loiro da mulher roçar em sua face. Aquilo era um prêmio para o solitário comandante. Esticou o braço a frente com a câmera volta para ele e registrou o momento. Sorrindo, agradeceu-a e não exitou:
-- Barrow, de novo? – perguntou, demonstrando conhecer cada passo da moça e também dos aviadores do Alasca.
Ela respondeu:
-- Não, não!!! – ela disse, tirando o sorriso do rosto. Estou seguindo para Juneau e depois vou para Kaktovic.
Jeremy teve um espanto. Mesmo acostumado com lugares a esmo, Kaktovic , localizada no extremo de Norte Slope Borough, é distante e inóspita. Na cidade, a população não chega a 300 habitantes. Sua configuração demográfica é notável. A cidade era tradicional de pesca local, que tem um grande lago de água doce em terreno alto. Não tinha colonos permanentes até que as pessoas de outras partes do Barter Island e norte do Alasca mudou-se para a área em torno da construção de uma pista e da famosa Linha “Distant Early Warning”em 1950. Devido ao isolamento, Kaktovik tem mantido as tradições esquimós. A subsistência é altamente dependente da caça de caribus e baleias.
Sarah devolveu a primeira pergunta e o comandante explicou, com um pouco mais de detalhe, ante o interesse da moça, qual seria seu plano de vôo. Abriu um pouco o espesso casaco de lã e apontou o peito, deixando a mostra o brasão em alto relevo da Fire Patrol, na camiseta polo vermelha. A oficialidade agradou Sarah, que quis saber de onde estava vindo, para onde iria e que tipo de avião estava operando. Ao saber que era um T210 ela foi taxativa:
-- Um dos melhores que já vi – disse a moça.
Jeremy contou que dormiria em Stika Rocky Gutierrez e depois, no dia seguinte, voaria para Anchorage. Ela também se surpreendeu e admitiu curiosidade em conhecer essa parte mais ao sul do que costuma voar no Alaska e arrematou:
-- Por que Rocky Gutierrez e não Juneau? – quis saber.
Tecnicamente, Sarah Fraher estava correta. Juneau é a capital do Estado do Alaska. É grande, poderosa e cheia de atrativos. Estaria apenas 80 milhas um pouco ao Norte. Já Gutierrez, na ilha de Japonski, não há muito o que se fazer a não ser chegar, comer e dormir. A população não chega a 300 habitantes. Jeremy se apressou em explicar:
-- Existe um complexo da Guarda Costeira e tenho alguns amigos que trabalham por lá – disse, ante o entendimento da moça, que sorriu e confirmou conhecer o lugar.
Sem querer incomodar, Jeremy esboçou que iria “bater em retirada” pois queria evitar qualquer contratempo. No Alasca, aproveitar o máximo a luz do dia é uma regra bastante elementar. Se despediu da moça, se dizendo muito feliz em conhecê-la pessoalmente. Assentiu com a cabeça, sorriu, girou lentamente nos calcanhares e se dirigiu à porta. Antes, porém, passu pelo balcão e depositou três notas de 10 dólares. Ajustou o paletó, o boné na cabeça e saiu de volta ao aeroporto. Sentia-se contente pela sorte de conhecer mais que uma bela mulher, mas uma fundamentalmente uma mulher de coragem, que se arrisca com o Cessna 208 levando e trazendo pessoas nativas do Alasca.
No Bella Bella Campbel, a porta do T210, observou o cinzento 208 de Sarah e pensou: “Quem sabe não nos vemos mais?”. Chegou a se sentir motivo a mudar a rota para Juneau. Porém, se mostrou certo de que aquilo não era a melhor ocasião. “Quem sabe na próxima” – pensou, adentro ao Fire Patrol 02. Logo estava nos ares, a 9,5 mil pés a caminho de Rocky Gutierrez, onde chegara no começo da noite.
Edilson- Coronel
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angelo marcelo- Tenente-Coronel
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Realmente excelente!!!! como não sei pontuá-lo, dou os parabens Edilson
Walter Rodrigues- Major
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Grande Edilson,
Belissimo relato sem contar as imagens e cenários, mais um de seus excelentes posts.
Belissimo relato sem contar as imagens e cenários, mais um de seus excelentes posts.
Larrubia- Brigadeiro
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Belo voo!!
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Augusto Sposito- Banido
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Muito bom Edilson!!
...é sempre um prazer ler os seus relatos...deveria juntar todos os seus posts e fazer um livro com histórias.. "Edilson navegando pelo FSX"
...é sempre um prazer ler os seus relatos...deveria juntar todos os seus posts e fazer um livro com histórias.. "Edilson navegando pelo FSX"
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JorgeA- Coronel
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Ótimas Edilson!
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
gostei bastante das screens e o tópico não tem nem o que e falar
até o próximo voo do fire patrol
até o próximo voo do fire patrol
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Gabriel Seabra
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Incrível!!
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Bruno Nascimento- Banido
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Grande Edílson, texto com qualidade e rico em detalhes, imagens excelentes, só poderiam render um tópico de muito bom gosto.
Parabéns e obrigado.
Parabéns e obrigado.
Os tópicos de screens não podem mais ser pontuados Walter, o seu registro, com certeza vale muito.Walter Rodrigues escreveu:Realmente excelente!!!! como não sei pontuá-lo, dou os parabens Edilson
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Paulo Ricardo
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Edilson.. so vc mesmo para nos fazer viajar junto.. vc é o mestre cara .. parabens meu amigo.. no aguardo de 3º parte
Ricardo Felix- Tenente-Brigadeiro
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Dificil é conseguir cenários..
Mas acho que pintou uma "mina" free...
Depois eu conto.
Sarah me ajudou
Mas acho que pintou uma "mina" free...
Depois eu conto.
Sarah me ajudou
Edilson- Coronel
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Edilson escreveu:Dificil é conseguir cenários..
Mas acho que pintou uma "mina" free...
Depois eu conto.
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vou querer saber.. pois é uma regiao que gosto muito
Ricardo Felix- Tenente-Brigadeiro
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Incrível, mestre Edilson.
Bom te ver "de volta"... não suma não, faz muita falta por aqui
Tópico que merecia 1000 pontos...
Bom te ver "de volta"... não suma não, faz muita falta por aqui
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Belissimo voo e acomponhado de um relato mais show ainda! Valeu!!
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Um primor de estória.. extremamente bem redigido e fotos dignas de exposição, parabéns!
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Thiago Berto
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Thiago- Coronel
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Maravilha de tópico, Edílson!
Sempre com lindas imagens e ótimas estórias.
Parabéns!!!
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Parabéns!!!
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Daniel Santoro
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
Obrigado, pessoal..
Incentivos sempre bem vindos..
Vamos que vamos..
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Edilson- Coronel
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Re: [FSX] Cafezinho com Sarah Fraher
lindo percurso,screens + cafézinho = espetaculares
Nilo- Brigadeiro
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