Tributo aos Pés

Enquanto aguardo o final da pandemia, esperançoso pela volta da normalidade, achei por bem compartilhar uma singela homenagem aos pés.

A inspiração veio ao acordar pela manhã, sentando a beira da cama, olhando para o chão, vislumbrei os pés.  
Tardiamente reconheci a enorme dependência que tenho desses membros, quase sempre desprezados em comparação com as mãos.
Entretanto, foram eles que possibilitaram as incontáveis idas e vindas, proporcionando muitas oportunidades de inesquecíveis vivencias. Umas maravilhosas, outras de sofrimentos.
Curiosamente, Se as caminhadas fossem em linha reta, percorrendo cerca de 40km por dia, em 3 anos daria uma volta completa na circunferência da terra "plana"?.  

Importantes foram os primeiros cambaleantes passos  até as desembestadas corridas na adolescência.
Foram os eles os condutores das persistentes viagens na busca do conhecimento e nas tentativas do primeiro emprego. Sem esquecer os primeiros passos do frevo e dos demais ritmos.

Das inúmeras topadas que sofri. Algumas na mesma pedra e com o mesmo pé, imortalizado  na musica do grande Júlio Iglesias.    
Os passeios, os encontros com as namoradas e o decisivo passo perante o altar. Daí chegaram os filhos e a oportunidade de ensinar a andarem com os próprios pés.

Na reta final da terceira idade, contemplo os pés que apesar dos desgastes, ainda possibilitam as poucas caminhadas e as alegres participações, jogando bola com os netinhos e netinhas. Finalmente reconheço as indispensáveis participações na arte de voar, controlando o leme, as frenagens, as curvas coordenadas e os efeitos dos ventos de través.   

Então inestimáveis pés, sigamos adiante.    ,  abraços